4. O fascínio das religiões asiáticas.

  • A teologia negativa oriental. É recorrente, nas religiões orientais, a convicção de que o divino não pode, em caso algum, entrar em contacto com o mundo das aparências, que é o nosso. A sua renúncia ao dogma e até a qualquer formulação do mistério de Deus, resultaria, por um lado, como uma homenagem à absoluta transcendência do Criador e, por outro, como um ponto de partida válido para um efectivo entendimento entre todos os homens. Neste sentido, o relativismo surge como um efectivo encontro de culturas e de religiões: todas as crenças são válidas, não tanto na medida em que afirmam alguma coisa sobre a realidade transcendente, mas sobretudo porque favorecem uma atitude de diálogo e de respeito por todas as manifestações de carácter religioso. Uma tal atitude seria até susceptível de dar lugar a uma nova religião universal, baseada na tolerância. Para esse efeito, seria necessário desprender-se de filiações religiosas particulares, como a Igreja Católica, na medida em que impedem a superação dos particularismos religiosos e culturais.

  • Crítica da nova religião mundial. Ainda que seja de saudar o propósito de unir todos os homens numa mesma religião, como pretendem os defensores de uma nova religião mundial, é evidente que esse desejo não pode ser realizado a qualquer preço. Por outro lado, a aposta numa religião minimalista, que escusa não só a definir a essência divina como até a reconhecer a sua existência, como acontece em algumas religiões asiáticas, não parece vantajosa, nem sequer em termos culturais. Só a união na verdade pode ser verdadeiramente redentora porque só a verdade liberta.

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